Clube FII News News

Notícias para o investidor de fundos imobiliários

    Conheça o Clube FII

    Conheça o Clube FII

    beta
    Lajes Corporativas

    A fuga de Big Techs dos escritórios se aplica ao Brasil?

    Após Amazon e Meta anunciarem cortes de gastos com espaços para funcionários nos EUA, o Clube FII News ouviu especialistas sobre a tendência para o mercado imobiliário corporativo aqui no país

    Por Luciene Miranda
    terça-feira, 19 de julho de 2022 Atualizado

    A Amazon, uma das gigantes de tecnologia mundiais, anunciou na última sexta-feira (15) a pausa na construção de seis edifícios corporativos em Bellevue, no estado de Washington nos Estados Unidos, e também em Nashville, no Tennessee, para reavaliar estratégias e se adaptar melhor ao trabalho híbrido, ou seja, aquele realizado parte no escritório e parte em casa.

     

    No entanto, os planos de criação de 25 mil vagas em Bellevue e de outras 5 mil em Nashville não serão alterados na companhia fundada por Jeff Bezos, de acordo com informação oficial.

     

    A fuga de Big Techs dos escritórios se aplica ao Brasil?
    Edifício B32, na Avenida Faria Lima, teve novos contratos de locação de grandes empresas de tecnologia durante a pandemia. (Foto: Reprodução - b32.com.br)

     

    A notícia colocou mais polêmica na discussão sobre a necessidade de presença física de funcionários nas empresas. Aqui no Brasil, segmentos do mercado imobiliário ligados ao setor corporativo temem que Amazon e outras Big Techs criem uma tendência global. 

     

    O vice-presidente para o setor imobiliário global e instalações da Amazon, John Schoettler, afirmou que a pandemia mudou de maneira significativa o modo como as pessoas trabalham e os escritórios da empresa são investimentos de longo prazo que precisam ser reavaliados sobre a necessidade de atender atualmente os funcionários. 

     

    A Amazon já havia informado a desistência de planos de expansão em Nova York, assim como outra gigante tech, o Facebook, que pertence à Meta Platforms.

     

    A companhia desistiu de ocupar um imóvel de 27.870 metros quadrados no número 770 de uma das avenidas mais badaladas de Manhattan, a Broadway. 

     

    O imóvel é próximo à Astor Place, onde a Meta já está localizada e também onde a Amazon reduziu o espaço que tinha planos de alugar.

     

    No Brasil, os imóveis corporativos também sentiram o impacto da menor demanda pela ocupação dos escritórios, com exceção de imóveis mais sofisticados na cidade de São Paulo onde os especialistas apontam a maior resiliência em relação aos efeitos da pandemia.

     

    Uma pesquisa sobre o trabalho híbrido realizada em junho pela empresa de serviços imobiliários CBRE abrangeu cerca de 600 edifícios na capital paulista e apontou 18% deles com ocupação entre 50% e 70%.

     

    Em 52% destes imóveis, a ocupação está entre 71% e 100%.

     

    “Neste momento, constatamos que as empresas estão reformulando os layouts internos de forma a transformar o ambiente de trabalho num local mais agradável, mas isto não tem impedido o retorno aos escritórios”, afirmou Adriano Sartori, vice-presidente da CBRE Brasil. 

     

    O executivo diz que, no Brasil, o quadro inflacionário mundial também repercute na diminuição do volume de investimentos alocados em capital de risco, mais precisamente, no mercado de startups. Em virtude disto, o seguimento tem revisto planos de expansão no curto prazo. 

     

    Na visão de Sartori, existe um movimento contrário ao exterior em relação às Big Techs que atuam no Brasil. Ele afirma que muitas destas empresas anunciaram - e algumas já efetivaram - planos recentes de crescimento.

     

    Um exemplo é o Edifício B32, na Avenida Faria Lima, conhecido pela escultura metálica de uma baleira de 20 metros na entrada do imóvel.

     

    “O B32 foi 100% locado na pandemia e, boa parte dele, por big techs. A Meta pegou 20.000 metros quadrados e a Shopee pegou 10.000 metros quadrados”.

     

    Sérgio Belleza Filho, um dos pioneiros no segmento de Fundos Imobiliários no Brasil, acredita que a pandemia vai causar mudanças definitivas no modo de trabalho de empresas e funcionários.

     

    Mas o especialista não acredita em grandes alterações, mesmo que algumas atividades sejam deslocadas para o home office.

     

    “Algo importante em uma empresa ou um negócio é a troca de ideias, o trabalho conjunto, a hierarquia e o comando. Eu acho que esse negócio de cada um trabalhar para um lado destrói isso completamente. É fundamental trabalhar junto, trocar ideias e criar cultura na empresa”, conclui.


    mais notícias semelhantes
    O Clube FII preza pela qualidade do conteúdo e verifica as informações publicadas, ressaltando que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.