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    Mercado Imobiliário

    Chegar e trabalhar: O aumento da demanda por imóveis plug and play

    Para cortar custos e diminuir o tempo das mudanças, empresas tem optado por ativos já mobiliados

    Por SiiLA
    quarta-feira, 27 de agosto de 2025 Atualizado 6 horas atrás

    Mudanças sempre geram apreensão. Muitos executivos já ficam preocupados só de imaginar transferir suas operações para um novo espaço corporativo. Obras, mobília, organização da disposição do escritório e deslocamento de equipamentos são sinônimos de dor de cabeça. Além disso, os recursos utilizados para viabilizar uma mudança poderiam estar sendo alocados em outras áreas com finalidade produtiva, o que acaba minando a operação e os esforços da empresa. Mas não precisa ser sempre assim: o mercado também possui imóveis plug and play!

     

    Chegar e trabalhar: O aumento da demanda por imóveis plug and play
    Marcello Yudi Okuyama, gerente comercial da SYN


    Espere, conectar e jogar? Quase isso... O conceito desses imóveis tem base na eficiência e na velocidade do processo de mudança, sendo tão simples quanto "plugar um videogame na tomada e simplesmente começar a jogar", sem muito trabalho, processos ou burocracia. No mercado imobiliário, isso se aplica da seguinte forma: os ativos já estão mobiliados, cabeados, com ar-condicionado, iluminação e muitas vezes até internet ativa. O que resta ao inquilino é basicamente chegar e trabalhar.


    Com o avanço do modelo de trabalho híbrido, consolidado durante a pandemia, as empresas têm buscado cada vez mais escritórios flexíveis, que permitam o revezamento presencial das equipes e layouts adaptados para salas de reunião e espaços de convivência. Nesse contexto, o plug and play se mostra altamente compatível, tornando-se rapidamente uma tendência de mercado.


    Vale lembrar a diferença entre os modelos plug and play e turn key, conceitos parecidos, mas não idênticos. No plug and play, o imóvel é entregue pronto para uso, podendo ser integrado rapidamente aos equipamentos que a empresa já possui, sem necessidade de configurações complexas ou alterações significativas. Já no turn key, o imóvel é desenvolvido 100% a partir de um projeto personalizado pela empresa, abrangendo preferências, layout, móveis e demais detalhes, de modo que, ao ser entregue, basta "virar a chave" e começar a usar. Em resumo: enquanto o primeiro destaca a facilidade de instalação e início imediato, o segundo foca na personalização e na entrega completa do espaço conforme os interesses da empresa. Em ambos os casos, a operação começa de forma imediata; porém, no plug and play a empresa se adapta ao espaço, enquanto no turn key o espaço é feito para se adaptar à empresa.


    Praticidade e Personalização


    É evidente a praticidade de um modelo plug and play, mas em casos de grandes empresas, não haveria perda no nível de personalização do escritório? Como isso se equilibra frente à liquidez do ativo?

     

    "Um andar mobiliado com certeza tem mais liquidez do que um open space hoje em dia (...), mas a dinâmica é: quanto menor o escritório, menos obras a empresa quer fazer. Empresas pequenas tendem a buscar escritórios com um layout pronto e fácil de ocupar. Agora multinacionais, grandes empresas, vão querer deixar o espaço com a cara da companhia, nesse caso um turn key funciona melhor", disse Marcello Yudi Okuyama, gerente comercial da SYN.

     

    Liquidez e agilidade

     

    Sócio-diretor da CH3, Lourenço Chohfi Neto

     

    Em entrevista à SiiLA, o sócio-diretor da CH3, Lourenço Chohfi Neto, relatou o aumento na busca por espaços plug and play, tanto para evitar custos com CAPEX quanto pela dinamicidade do pós-pandemia e os modelos de trabalho híbrido. Na visão da CH3, o conceito no mercado de alto padrão é definido da seguinte forma: "O ocupante recebe um espaço conceitual, moderno e atualizado com as melhores tendências em espaços de trabalho, além da personalização. Essa preferência acelera decisões e valoriza os empreendimentos".


    Entre os desafios para implementar esse modelo está a necessidade de manter o ativo atrativo para diferentes tipos de ocupantes, preservando o mesmo nível de qualidade e alinhando soluções sem grandes intervenções no imóvel. Além disso, observa-se uma mudança cultural por parte dos clientes em relação à desmobilização: "Antes era comum a solicitação de desmobilização, mas hoje vemos o movimento contrário: proprietários e ocupantes que preferem manter os espaços prontos, entendendo que isso aumenta a liquidez do ativo e gera vantagem competitiva frente a outros imóveis no mercado".


    De acordo com Chohfi, esses espaços prontos não só garantem maior liquidez ao imóvel como também reduzem o tempo de negociação e ocupação. Mas o custo de entregar os empreendimentos prontos, equipados e mobiliados é recuperado na negociação? "Há valorização. Normalmente, esses espaços alcançam valores mais altos, sem necessidade de carência, e muitas vezes contam com cláusulas de permanência mínima. Isso mostra que o mercado reconhece e remunera o diferencial do modelo."


    Ao analisar o futuro do mercado brasileiro, o sócio-diretor vê a consolidação do plug and play, com expansão de atuação para além de escritórios, atingindo shoppings e galpões logísticos: "Observamos esse movimento, por exemplo, em shoppings, os empreendedores oferecem incentivos financeiros para que o lojista execute a obra, ao invés de entregar a loja crua. Essa lógica pode se expandir para outros segmentos também (...) não se trata de uma tendência passageira, o Plug and Play veio para ficar e tende a se consolidar, especialmente no segmento corporativo de alto padrão."


    Implementação do Plug and Play

     

    CEO da Regus & Spaces no Brasil,Tiago Alves

     

    Para Tiago Alves, CEO da Regus & Spaces no Brasil, os espaços de coworking são o plug and play em sua forma mais pura: "O coworking é o verdadeiro plug and play: você assina um contrato e começa a trabalhar no mesmo dia. Em um imóvel tradicional, mesmo pronto, você ainda precisaria de internet, energia e burocracias, o que leva semanas. Aqui não, já está tudo incluso."


    "Não há investimento inicial, é imediato e flexível no prazo. Você pode ficar um mês, seis meses, dois anos, ou renovar mensalmente. Além disso, temos estoque de mobiliário e estrutura para customizar rápido. Se o cliente quer mudar layout, abrir paredes ou trocar mesas, conseguimos adaptar em poucos dias ou até da noite para o dia. Esse é o diferencial", completou Alves.


    Esses fatores atraem muitas empresas que buscam uma mudança mais ágil, além de companhias estrangeiras que estão em fase inicial no Brasil e precisam de modelos de escritório que poupem esforços e recursos até desenvolverem suas operações. Mas, será que futuramente o plug and play pode ser visto como uma alterativa definitiva?


    "Diversas startups internacionais, como Uber, LinkedIn, Google e Microsoft, começaram suas operações no Brasil através da Regus, com esse modelo plug and play (...) Antes de 2019, muitas dessas companhias usavam coworking apenas como etapa inicial. A pandemia mudou isso: grandes empresas perceberam a vantagem da flexibilidade, da ausência de investimentos altos e da redução de riscos contratuais. Hoje mais de 65% dos nossos clientes são grandes empresas. O coworking passou a ser uma opção principal, não apenas temporária. Um desses exemplos é a Petrobras.


    Além disso, o modelo híbrido impulsiona a descentralização: “empresas querem hubs regionais, não mais apenas um escritório central na Faria Lima, por exemplo. Esse movimento só é possível com plug and play."


    Diante desse cenário, a taxa de retenção também cresceu. Tiago afirma que 75% dos clientes permanecem no modelo ágil, contra menos de 60% há cinco anos, e esclarece que o giro de 25% é saudável para renovação e diversidade de empresas dentro das unidades.


    Por fim, ele traz um dado interessante: "Até hoje, as salas de reunião representam cerca de 10% da receita mundial". Essa informação evidencia que as salas de reunião continuam sendo um dos amenities mais rentáveis, mesmo no modelo plug and play e apesar da evolução das reuniões para plataformas online como Zoom, Teams e Google Meet.

     


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