Ata do Copom reforça necessidade de flexibilidade da política monetária em meio a incertezas
Documento divulgado pelo colegiado cita ambiente externo conturbado em meio à política comercial dos Estados Unidos

Ata da última reunião que definiu pelo aumento da taxa de juros no Brasil reforçou a necessidade de que haja flexibilidade em relação à próxima decisão, diante de um cenário de incerteza elevada em meio às políticas comerciais no mercado internacional. Na quarta passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central havia elevado a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 14,25% para 14,75%, conforme esperado pelo mercado, mas o comunicado deixou a porta aberta a respeito de possíveis novos ajustes, o que foi confirmado na ata.

“Com relação à próxima reunião, o Comitê avaliou que o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, destacou o documento.
Os membros do colegiado demonstram cautela com o cenário internacional, que estaria adverso e incerto, diante das políticas tarifárias dos Estados Unidos, elevando incertezas sobre a atividade econômica global. “Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com fortes reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de maior tensão geopolítica”, completa.
Entre outras pressões monitoradas, está a resiliência do mercado de trabalho nos últimos anos, com aumentos da renda superiores à produtividade, elevação do nível de ocupação e queda no desemprego. Um mercado de crédito pujante nos últimos trimestres e um estímulo significativo da política fiscal também estão entre os pontos mencionados no balanço de riscos, detalhados novamente na ata do Copom.