Após as últimas decisões de política monetária de 2025 no Brasil e nos Estados Unidos na Super Quarta, os investimentos em Fundos Imobiliários (FIIs) não devem ter mudança brusca de imediato, mas sim de estratégia. Com os juros elevados no cenário doméstico, os fundos de papel têm demonstrado atratividade pela capacidade de entregar rendimentos expressivos, mas os de tijolo oferecem uma oportunidade de entrada diante do desconto excessivo, na visão do Research do Clube FII.

A nível local, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa de juros em 15% ao ano, sem trazer uma previsão para um eventual ciclo de cortes. Nos Estados Unidos, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve anunciou uma redução de 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 3,50% e 3,75% ao ano.

“Sem novidades no front doméstico, o Copom manteve a Selic em 15% no fim de 2025. A boa notícia veio de fora: o novo corte de juros pelo Fed abre caminho para que a Selic caia em 2026, com projeção terminal em torno de 12,5% ao ano, destaca Lana Santos, analista do Clube FII.

FIIs de papel continuam atrativos

Com a taxa de juros elevada por período bastante prolongado, conforme indicado no comunicado do Copom, os Fundos Imobiliários (FIIs) de papel continuam atrativos, sendo aqueles que investem em ativos financeiros como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que funcionam como empréstimos para empresas do setor.

“Os FIIs de CRI seguem imbatíveis na entrega de dividendos enquanto os juros estiverem altos. Afinal, mesmo com os cortes esperados em 2026, os juros seguem em patamar elevado, de 2 dígitos, entregando uma rentabilidade de 1% ao mês”, completa a especialista.

Oportunidade em FIIs de tijolo

Os Fundos Imobiliários continuam descontados mesmo após a alta de 18% desde o início do ano. O Índice de Preço por Valor Patrimonial (P/VP) do Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) estava em torno de 0,88x no início de dezembro, de acordo com o Research do Clube FII. A maior oportunidade, no entanto, está nos FIIs de tijolo. Em setores como Incorporação Residencial, por exemplo, o P/VP era de 0,72x.

“Com o fechamento da curva de juros, o mercado precificando juros menores e as cotas ainda descontadas, vemos aqui a melhor relação risco-retorno para quem busca ganho de capital e valorização dos ativos”.

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