O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação oficial, registrou deflação em agosto, conforme esperado pelo mercado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26). O indicador recuou 0,14% em agosto, após elevação de 0,33% em julho, acumulando variação positiva de 3,26% no ano e de 4,95% em 12 meses.

Registraram deflação no mês os grupos Habitação (-1,13%), Alimentação e bebidas (-0,53%), Transportes (-0,47%) e Comunicação (-0,17%).  Em Habitação, a queda foi puxada pela retração de 4,93% da energia elétrica residencial. Mesmo com a bandeira vermelha patamar 2, o impacto negativo ocorreu devido à incorporação do Bônus de Itaipu.

Em Alimentação e Bebidas, destaque para a alimentação no domicílio, que caiu 1,02% no mês, resultado de diminuições nos preços de itens como  manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%) e arroz (-3,12%).

Por outro lado, apresentaram variações positivas os grupos Despesas pessoais (1,09%), Educação (0,78%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,64%), Artigos de residência (0,03%) e Vestuário (0,17%).

Após a divulgação o indicador, o PicPay cortou sua estimativa de inflação para 2025 de 5,1% para 4,9%. “Esse movimento reflete, principalmente, dois fatores: a persistência dos efeitos deflacionários, especialmente via câmbio; e a melhora nas expectativas de inflação”, apontou o economista Igor Cadilhac.

“O resultado de hoje não altera as perspectivas de Selic, mantendo a tendência de corte, mas não por conta do IPCA-15 especificamente”, entende o economista André Perfeito.