IPCA recua 0,68% em julho
É a menor taxa registrada desde o início da série histórica iniciada em janeiro de 1980, segundo o IBGE. Entenda o impacto nos Fundos Imobiliários
A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA) recuou 0,68% em julho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica iniciada em janeiro de 1980, segundo o IBGE. Em junho, o índice havia apontado alta de 0,67%.
No ano, o IPCA apresenta alta de 4,77%.
Já no acumulado de 12 meses, o indicador registrou avanço de 10,07%, enquanto a leitura anterior havia indicado alta de 11,89%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, dois apresentaram deflação – recuo de preços - em julho, enquanto os outros tiveram alta de preços.
O resultado do mês foi influenciado principalmente pelo grupo dos Transportes que teve a queda mais intensa de 4,51%.
Houve ainda recuo nos preços do grupo Habitação em 1,05%.
A maior alta veio de Alimentação e bebidas com avanço de 1,30%, após ter apontado 0,80% em junho.
De acordo com o economista do Clube FII, Thiago Otuki, a deflação de 0,68% já era aguardada pelo mercado que projetava uma deflação entre 0,3% a 0,8%.
Embora seja a menor taxa da série histórica, Otuki afirma que estamos longe de solucionar o problema da inflação persistente no país.
“Lembrando que uma PEC - Proposta de Emenda à Constituição - limitou a cobrança do ICMS e contribuiu com a redução no preço dos combustíveis que tem peso relevante no índice de preços. A queda de 4,51% no grupo dos Transportes deve-se, principalmente, à redução no preço dos combustíveis em 14,15%”.
No mercado de Fundos Imobiliários, o mercado mostrou maior otimismo entre o final de julho e começo de agosto.
“O IFIX – índice da B3 para FIIs - está em alta de 0,25% em agosto e acumula alta de 0,58% em 2022”.
O economista ainda chama a atenção para os juros futuros - grande vetor de pressão de preços dos FIIs - que tiveram redução significativa nos últimos dias.
“A taxa do Tesouro IPCA+ 2035 que estava em 6,27% - na máxima em 12 meses - agora está em 5,83%, o que é um sinal positivo dentro de um cenário ainda adverso para ativos de renda variável”.
Otuki também destaca que o consenso de mercado ainda indica uma inflação persistente, o que deve fazer a autoridade monetária manter a Taxa Selic – taxa básica de juros - ainda elevada até o final de 2023.
“O último Boletim Focus indicava uma Selic em 13,75% em 2022, e em 11% no final de 2023. Pelo mesmo boletim, o IPCA ainda fica acima da meta de inflação até o final de 2023, em 5,36%”, conclui.