Fiagro: a hora é de aproveitar as oportunidades
A Sparta, que tem o CRAA11, lembra que os problemas estão acontecendo, mas não para todas as commodities
O Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) chegou há pouco mais de três anos no mercado, precisamente em 29 de março de 2021, e foi muito bem recebido. O ativo foi criado para que pessoas físicas e jurídicas, até estrangeiros, possam investir no agronegócio brasileiro.
Atualmente alguns problemas, como os vistos nos grãos na safra 2023/2024, que enfrentou desafios como estoque mundial elevado, questões com o clima e queda nos preços internacionais de commodities agrícolas, levaram empresas à recuperação judicial. E os Fiagros que apostaram nessas empresas estão registrando os efeitos deste cenário.
Os impasses acabam por desanimar alguns investidores, que olham ressabiados para o Fiagro. Porém, é bom lembrar que o momento é positivo para algumas commodities e negativo para outras. E as gestoras, como a Sparta, buscam estratégias para garantir a rentabilidade dos Fiagros aos investidores. “Passamos ilesos diante de todos os problemas do mercado. Temos uma carteira saudável, diversificada entre muitos setores”, diz Marcio Takaya, sócio da Sparta, que gere o CRAA11 Sparta Fiagro.
O CRAA11 entregou rentabilidade, em doze meses, de CDI+3,6% e dividend yield de 15,7%. A maior posição é inferior a 5% do fundo. A carteira tem 25 setores diferentes. Ao contrário do que muita gente pensa, o agro tem uma longa cadeia produtiva, que permite diversificação do investimento.
O ativo engloba a indústria de processamento, as distribuidoras, o varejo, as cooperativas, produtores, agtechs (startups que desenvolvem soluções tecnológicas para o agronegócio), pesquisa e desenvolvimento, indústrias de insumos e revendas. As possibilidades abrem o caminho para mitigar o risco por meio exatamente da diversificação. E alguns elos da cadeia não possuem risco direcional de commodities.
Takaya ressalta que um dos atrativos do CRAA11 é oferecer um excelente retorno ajustado pelo risco, o que dá segurança ao investidor. “A Sparta tem uma postura mais conservadora. É preferível avaliar muito bem a relação de retorno e risco a oferecer uma tese mais arriscada”, detalha.
Ele afirma que a maior parte dos Fiagros no mercado preferiu tomar bastante risco em ativos de originação própria, ou seja, eles estavam “casados” com aquela posição e não havia como reduzir, caso acontecesse algum “desconforto”.
O momento é de aversão ao risco, mas é preciso, diz Takaya, aproveitar as oportunidades, como prêmios melhores, deságio e preços descontados. “Alguns problemas aconteceram, mas não para todas as commodities. Não há um risco sistêmico”.
A Sparta é uma gestora independente, com mais de 30 anos de experiência e, atualmente, com R$ 17 bilhões sob gestão. A empresa foi criada em 1993 pelo engenheiro agrônomo Victor Nehmi, e começou com foco no agronegócio.