No mercado imobiliário comercial, existem diversas métricas para entender o contexto de uma região, se o mercado está aquecido ou passando por dificuldades. Entre elas, a que mais chama a atenção dos investidores é a taxa de vacância, que mostra qual percentual de um território ou empreendimento está desocupado. O senso comum diz que, se a vacância aumenta, é porque as empresas estão deixando a área, devolvendo imóveis e, portanto, o mercado vai mal. Certo? Nem sempre.

É verdade que, em alguns casos, a alta na vacância pode indicar aumento dos custos de locação, desinteresse do mercado ou até uma localização desfavorável. Isso é especialmente relevante no setor logístico, que depende da proximidade com rodovias, portos e aeroportos para o escoamento de produtos. Mas há exceções, e boas. Veja o caso do Grande ABC no segmento logístico: no segundo trimestre de 2025, a região registrava 9,5% de vacância. No trimestre seguinte, o índice subiu para 20,18%. À primeira vista, um salto de 10,68% poderia parecer sinal de fuga das empresas. Porém, o motivo é outro, e bem diferente.

O aumento se deve à entrega de dois novos empreendimentos, o CL Imigrantes IV e o CL Imigrantes VI. Como esses imóveis recém-construídos ainda não foram locados, o estoque disponível cresceu e, naturalmente, a taxa de vacância também. A chegada de novos empreendimentos, especialmente de padrão A, longe de indicar desaquecimento, mostra justamente o contrário: há demanda na região, e os espaços existentes já estavam praticamente ocupados. Claro, é preciso atenção. Se esse novo estoque não for absorvido ao longo do tempo, ou seja, se as empresas não alugarem esses espaços, aí sim pode haver um sinal de enfraquecimento do mercado local.

Mercado de escritórios

Em Pinheiros, desde o terceiro trimestre de 2024 houve a entrega de 14 empreendimentos. Desses, oito ainda não estão completamente ocupados, com vacância por imóvel variando de 44% a 100%. Como exemplo temos o Verve Pinheiros, empreendimento incorporado pela MPD e entregue no final de 2024, e o JT Jockey também entregue no final do ano passado, ainda 100% vagos.

Mesmo assim, não dá para cravar que a região está desaquecida. Existem contratos de locação em andamento, negociações recentes e a dificuldade natural de manter um ativo 100% locado por longos períodos. Empresas mudam, crescem, reduzem, contratam, demitem e alteram seus modelos de trabalho, seja híbrido, presencial ou remoto. Tudo isso afeta diretamente a ocupação de imóveis.

Em resumo, não é fato nem fake. A afirmação é parcialmente verdadeira, dependendo do contexto e de outras métricas da região. O Real Estate não é uma fotografia, e sim um organismo vivo, em constante movimento. Nem toda vacância é sinal de fraqueza; às vezes, é apenas o mercado se ajustando depois de um período de transformação.

MPD Engenharia

Em nota ao Resource, a MPD explica a concepção do empreendimento, o classificando como um ativo de uso misto que já está 100% locado na metade residencial, comprovando sua atratividade e potencial de valorização. Ao falar do âmbito comercial, a empresa comenta que o empreendimento estar vago faz parte do movimento natural do aumento da vacância em Pinheiros: "A MPD vê o aumento da vacância em Pinheiros como um movimento natural de consolidação da região como polo corporativo de alto padrão."

Sobre o que a construção reflete na visão da MPD e a resposta do mercado, a empresa disserta: "O empreendimento reflete a visão da MPD sobre o futuro dos espaços corporativos em São Paulo: ambientes que vão além do trabalho, promovendo qualidade de vida, design e uma experiência integrada.

A resposta do mercado está dentro do esperado. A MPD mantém uma estratégia de curadoria na ocupação, priorizando parceiros que compartilham da proposta premium do Verve Pinheiros e agregam valor ao empreendimento, mais do que apenas a velocidade de ocupação."

Sobre o Verve Pinheiros

Por: Siila


Localizado na Rua dos Pinheiros no 1005, o ativo classe A possui uma área privativa total de 3.459 m².