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    Mercado Imobiliário

    Conversão de escritórios antigos em moradia avança nas capitais

    Empreendimentos são transformados em residenciais como resposta à vacância, à pandemia e à mudança no uso das cidades

    Por SiiLA
    quarta-feira, 30 de julho de 2025 Atualizado ontem

    A transformação de prédios corporativos em residenciais deixou de ser exceção e se consolida como uma estratégia recorrente nas principais capitais brasileiras. Nas últimas semanas, o edifício que por décadas abrigou a sede da Telefônica na Rua Bela Cintra, em São Paulo, foi vendido por R$ 255 milhões e deverá passar por uma conversão para uso habitacional - mais um capítulo de um movimento que vem redesenhando os centros urbanos.

     

    Conversão de escritórios antigos em moradia avança nas capitais
    Andre Kiffer, sócio diretor da Inti Empreendimentos, empresa que comprou o edifício Mesbla


    Esse processo não é isolado. Como destacou Cláudio Hermolin, presidente do SINDUSCON-Rio, no último episódio do SiiLA PODCAST, a tendência já se mostra evidente no centro do Rio de Janeiro, onde empreendimentos históricos estão sendo adaptados para receber novos moradores, reforçando a vitalidade da região.


    Um exemplo emblemático é o Edifício Mesbla, ícone art déco com torre-relógio de 100 metros, vendido em janeiro pela São Carlos por R$ 21,7 milhões à Inti Empreendimentos. O projeto de conversão, alinhado ao programa Reviver Centro da Prefeitura do Rio, busca atrair moradores e requalificar a área. A São Carlos, no entanto, manteve a propriedade das lojas no térreo.


    A reconfiguração desses espaços é resposta direta à vacância persistente e ao envelhecimento dos prédios comerciais em regiões centrais de São Paulo e Rio. Dados do Market Analytics da SiiLA mostram que a taxa de vacância no centro paulistano cresce há quase uma década, cenário ainda mais acentuado no Rio. Ao mesmo tempo, cresce a demanda por moradia bem localizada, impulsionada por programas de incentivo público e pela busca de cidades mais dinâmicas e habitáveis.

     

     

    Por: Siila

     


    Após a venda dos ativos, os destinos podem ser diversos. Alguns prédios são demolidos para dar lugar a residenciais tradicionais; outros passam por retrofit e se transformam em empreendimentos multifamily - como no caso do Hotel Glória, adquirido pela Brookfield no Rio.


    Em São Paulo, a Apê Smart tem multiplicado iniciativas desse tipo. Além da locação do Edifício Oscar Americano, na Avenida Paulista, em 2023, a empresa também adaptou outras unidades na região, incluindo o prédio localizado na Avenida Paulista, 7, um prédio, que quando o uso era voltado para escritórios era classificado como um Classe C, assim como uma torre na Rua Bela Cintra, 934, que também era classificada como C até ser convertida para o uso como moradia. A proposta da empresa, segundo o próprio site da companhia, é a oferta de studios para curta e média estadia.


    Políticas de incentivo


    Em São Paulo, o Requalifica Centro, criado em 2021, oferece incentivos fiscais e flexibilizações urbanísticas para prédios construídos até 1992, estimulando a conversão em moradias. O objetivo é ampliar a oferta habitacional e reverter o esvaziamento intensificado pela pandemia.
    Já no Rio, o Reviver Centro adota uma abordagem mais ampla, combinando incentivos urbanísticos, culturais e sociais para atrair moradores, requalificar imóveis ociosos, criar áreas verdes e estimular a mobilidade sustentável.

     

    Resposta urbana a uma nova realidade


    Seja no Rio ou em São Paulo, a conversão de escritórios antigos em residências surge não apenas como uma alternativa para imóveis em desuso, mas também como resposta às transformações urbanas contemporâneas - da digitalização do trabalho à escassez de habitação acessível e ao desejo por cidades mais integradas.


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