Multifamily: Conheça os conceitos dos empreendimentos que somam 674 mil m² em todo o Brasil
Setor cresceu 3,5% no 1º trimestre de 2025 e já reúne mais de 12 mil unidades em operação, com destaque para o modelo short stay

Atualmente, há três tipos de contratos no segmento multifamily: short, mid e long stay. Basicamente, cada um corresponde a locações de curta, média e longa estadia. Dados do Market Analytics da SiiLA mostram que o modelo short stay detém 60% do mercado.
Segundo as informações levantadas, no primeiro trimestre de 2025, o mercado de multifamily chegou a 674 mil m² ou 12,3 mil unidades. De um trimestre para outro (do 4T24 para o 1T25), o setor cresceu 3,5%. Aliás, desde que a SiiLA começou a monitorar os multifamily brasileiros, o setor apenas cresceu, com novas entregas em todos os trimestres.
Independentemente do modelo de contrato, o multifamily se destaca pelas amenities. Essas comodidades podem incluir o imóvel já mobiliado, café da manhã e outros itens que buscam facilitar a vida dos inquilinos.
Por: Siila
Short Stay
O modelo short stay é responsável pela metade das unidades do mercado. Em 2025, o setor possui 331 mil m² ou 6,2 mil unidades. Literalmente, short stay significa aluguéis de curta temporada. De acordo com a Conviva Stay, o modelo é responsável por movimentar US$ 1,2 bilhão anualmente no Brasil.
"Após a pandemia, os viajantes passaram a priorizar, ainda mais, soluções que aliam funcionalidade e bem-estar. Esses itens já deixaram de ser um atrativo – eles são parte de uma estratégia para quem deseja se destacar no mercado. Quem entende que hospitalidade começa nos detalhes sai na frente", avalia o economista Rafael Rossi, diretor-proprietário da Conviva Stay.
Mid stay
Mesmo não sendo um dos principais modelos, o mid stay é responsável por 11,9% do estoque - ou seja, 64,9 mil m² ou 992 unidades. Ele se refere a estadias de média duração, geralmente entre um mês e seis meses, posicionando-se entre o short stay e o long stay.
Long Stay
Já o long stay, segundo maior market share do mercado de multifamily, é responsável por 27% dos imóveis. Com 148 mil m² ou 3.500 unidades, esse modelo é semelhante ao aluguel tradicional, com prazos superiores a um ano.
Investimentos
Esse mercado vem crescendo. Inclusive, a Brio Investimentos, junto com a Fictor, está estruturando um fundo imobiliário (FII) voltado a esse tipo de empreendimento. As empresas estão investindo R$ 250 milhões em apartamentos na região central de São Paulo.
Rodolfo Senra, sócio-fundador da Brio Investimentos, conta que, hoje, o foco do multifamily está na classe média. Uma série de fatores contribuiu para isso, como a tradição de compra de imóveis pela classe alta e o amparo de programas de moradia para a baixa renda, deixando um vácuo na classe média.
"Os fundamentos e a volatilidade macroeconômica brasileira devem ajudar a impulsionar essa tese. A classe alta continua capitalizada e sendo compradora de imóveis, já o público de baixa renda conta com os programas subsidiados para compra de imóveis como o Minha Casa Minha Vida. No final do dia é a classe média que fica desamparada. A combinação de baixa poupança, alto custo do financiamento e aumento de preço resulta em menor affordability (capacidade de compra do imóvel). Por isso optamos por oferecer imóveis para locação para esse público", comenta Senra.