Vendas em shopping centers crescem pelo 4º trimestre seguido, aponta SiiLA
Dados da plataforma GROCS destacam alta nas vendas em todas as classes de empreendimentos e estabilidade no custo de ocupação

Dados da plataforma GROCS, da SiiLA, revelam que as vendas em shopping centers brasileiros cresceram pelo quarto trimestre consecutivo. No primeiro trimestre de 2025, o aumento nas vendas foi de 9,4% nos empreendimentos de classe A, 9,9% na classe B e 8,9% na classe C. Mesmo diante de juros ainda elevados - com a taxa Selic em 14,75%-os consumidores continuam frequentando os centros comerciais, que vêm se consolidando como espaços multifuncionais, indo além das compras tradicionais e ampliando a oferta de serviços como coworkings, clínicas, academias entre outros.
De acordo com a Abrasce, os shopping centers brasileiros recebem cerca de 476 milhões de visitantes por mês, movimentando R$ 198,4 milhões e gerando 1,073 milhão de empregos em todo o país.
O bom desempenho também se apoia em um cenário de recuperação gradual do mercado de trabalho no país. A taxa de desemprego no Brasil entre fevereiro e abril de 2025 ficou em 6,6%, o menor nível para o período desde o início da série histórica em 2012, segundo os dados mais recentes do IBGE. O número de trabalhadores com carteira assinada superou 39 milhões, com queda na informalidade e aumento da formalização.

Vacância e taxa GROCS
Apesar do crescimento das vendas, a taxa de vacância nos empreendimentos registrou leve alta em todas as categorias monitoradas pela SiiLA. O movimento pode estar relacionado à reestruturação de portfólios e à transformação do mix de lojas, com maior foco em serviços e experiências.
Recentemente, algumas grandes varejistas anunciaram o fechamento de lojas. É o caso da britânica The Body Shop, por exemplo, anunciou a saída do Brasil, com o fechamento de mais 20 pontos em janeiro. No final do ano passado, a Polishop também anunciou o encerramento de várias lojas desde o início de sua recuperação judicial.
Em alguns casos, no entanto, os espaços vagos estão sendo rapidamente substituídos por novas operações. Um exemplo é o Porto Velho Shopping, um dos principais centros comerciais de Rondônia, administrado pela Ancar Ivanhoe, que anunciou o fechamento de dez lojas, mas também confirmou a chegada de 16 novas marcas, evidenciando uma renovação no portfólio. Os dados da plataforma GROCS também mostram que o custo de ocupação permanece em níveis controlados.
O termo GROCS vem do inglês Gross Rent Occupancy Costs - ou Custo de Ocupação Bruto, em português – e representa uma métrica essencial para avaliar a performance do varejo, amplamente utilizada em mercados internacionais. A taxa é calculada em porcentagem, considerando o valor total pago pelo lojista com aluguel, condomínio e fundo de promoção e propaganda (FPP), dividido pelas vendas do período. No Brasil, a SiiLA é a única empresa a oferecer esse indicador de forma estruturada e recorrente, por meio de sua plataforma que leva o nome GROCS.
De acordo com os dados mais recentes, os custos seguem sustentáveis para os operadores: nos shoppings de classe A, a média está em 7,43%; na classe B, em 8,11%; e na classe C, em 8,25%.