Banco Central eleva taxa básica para 13,75% ao ano
Comitê de Política Monetária aumenta taxa Selic em 0,50 ponto percentual. Saiba qual o impacto no mercado de Fundos Imobiliários
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu por unanimidade aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,50 ponto percentual, de 13,25% para 13,75% ao ano.
Com a medida, a autoridade monetária dá sequência à política de aperto monetário, ou seja, de alta de juros para conter mais o avanço da inflação.
Em julho, a inflação no país apresentou desaceleração de acordo com os principais indicadores do mercado.
O IGP-M, conhecido como a inflação do aluguel porque corrige a maioria dos contratos de locação no Brasil, apontou alta de 0,21% no mês passado, demonstrando um recuo em relação a junho, quando apontou 0,59%.
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial brasileira, registrou avanço de 0,13% em julho ante 0,69% em junho.
A próxima reunião do Copom será nos dias 20 e 21 de setembro.
O economista do Clube FII, Thiago Otuki, lembra que esta alta da Selic já era um consenso de mercado desde a sinalização dada pelo Copom no último encontro de junho.
A maioria das instituições e participantes do mercado financeiro aponta que essa reunião de agosto encerrará o ciclo de alta da Selic nesse ano.
“Aqueles que projetam mais uma elevação, também apontam que será um alta de menor intensidade. Então, temos o cenário mais provável de uma Selic entre 13,75% e 14% para o fim de 2022”, afirma.
Otuki ressalta que a autoridade monetária vai monitorar o comportamento da inflação. Em caso de persistência, é esperado um cenário de nova elevação em 2023, embora seja menos provável.
“O fator de interrogação é o das políticas fiscal e monetária que serão adotadas pelo próximo governo, assim como o poder político para a aprovação de reformas importantes”.
No segmento de FIIs de tijolo, o economista afirma que vê como principal fator para iniciar um processo de recuperação mais consistente – a exemplo do setor corporativo - uma inflação controlada consolidada nas expectativas dos investidores.
“Em conjunto com sinais de retomada do crescimento econômico - mesmo que tímido – a estabilidade dos preços será um gatilho importante para o mercado”, conclui.