Clube FII lança guia gratuito FI-Infra
Os FI-Infras, FIP-IEs e FIDC-Infras são veículos com isenção fiscal para pessoa física, mas com estruturas e mandatos distintos. Conheça tudo sobre essa modalidade.

Pilar essencial do desenvolvimento econômico, com as oportunidades no setor de infraestrutura, incluindo em segmentos como energia, transportes, saneamento básico e telecomunicações, o novo Guia de Fundos de Infraestrutura do Clube FII apresenta uma análise comparativa das estratégias de gestão que diferenciam os fundos deste mercado, revelando como o valor é gerado aos cotistas para além do carrego das debêntures.
Os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infras), os Fundos de Investimento em Participações em Infraestrutura (FIP-IEs) e os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios de Infraestrutura (FIDC-Infras) são veículos com isenção fiscal para pessoa física, mas com estruturas e mandatos distintos, como aponta a tabela abaixo:
Critérios | FI-Infra | FIP-IE | FIDC-Infra |
Tipo de Investidor | Qualificado ou Geral | Apenas qualificado | Qualificado ou Geral |
Limites de exposição por ativo | 20% (Investidores em Geral), 40% (Investidores Qualificados) e sem Limites (Investidores Profissionais) | Não há limites estabelecidos | Não há limites estabelecidos |
Alocação mínima em ativos de Infraestrutura | 85% do patrimônio líquido | 90% do patrimônio líquido | 85% do patrimônio líquido |
Ativos Alvo | Debêntures , CRI e FDIC fechados relacionados à captação de recursos para projetos de infraestrutura | Títulos de renda fixa ligados à infraestrutura e/ou participações em empresas de infraestrutura | Debêntures , CRI e FDIC fechados relacionados à captação de recursos para projetos de infraestrutura |
Taxa de Performance | Pode haver em fundos para investidores qualificados | Pode haver | Pode haver |
"Cada modelo tem suas próprias regras sobre os tipos de ativos que pode comprar e os limites de alocação. Além disso, enquanto os FI-Infra podem ser para o público geral, os FIP-IE e FDIC-Infra são restritos a investidores qualificados", ressalta a equipe de Research do Clube FII.
Exemplos de fundos voltados à infraestrutura
O BTG Pactual Dívida (BDIF11), um FI-Infra com R$ 1,5 bilhão de patrimônio, exemplifica a estratégia de escala. Sua carteira diversificada em 40-50 ativos é dividida entre 90% de ativos high grade para segurança e uma parcela de até 10% em high yield para potencializar retornos, buscando superar o benchmark IMA-B.
Enquanto isso, o Bocaina Infra (BODB11), gerido pela Bocaina, foca na originação própria de operações de middle-market. A estratégia é investir diretamente em projetos via Project Finance, com garantias robustas como cessão fiduciária de recebíveis, visando um retorno previsível e superior ao de debêntures de grandes corporações, com carrego aproximado de IPCA + 10%.
"A capacidade de originar e estruturar as próprias operações faz com que o fundo consiga entregar um retorno superior, adicionando um prêmio ao carrego da carteira", detalha o documento.
O Nu Infra (NUIF11), da Nu Asset Management, destaca-se pela gestão ativa da carteira. Além do carrego de IPCA + 8%, a gestão ajusta a duration ativamente e realiza de uma a duas operações de compra e venda por mês para capturar ganhos táticos, com o objetivo de entregar uma performance de IMA-B + 0,5% a 1,0% ao ano.
Já o AZ Quest Infra-Yield II (AZIN11), um FIP-IE para investidores qualificados, possui um mandato mais amplo, permitindo alocação em dívida e equity. A gestão busca gerar retorno acima do mercado através de concentração estratégica, investindo em dívidas privadas de alto spread e utilizando estruturas contratuais como "kickers", que funcionam como um compartilhamento de ganhos em eventos de liquidez extraordinária.
"A combinação dessas estratégias faz com que o AZIN11 consiga entregar uma performance acima do seu benchmark (CDI), chegando a acumular um retorno de 192% do CDI desde o seu início", ressalta o relatório.
A implicação técnica para o investidor é que a escolha de um fundo de infraestrutura deve ser baseada na compreensão profunda de sua estratégia: a defensividade da escala (BDIF11), a previsibilidade da originação especializada (BODB11), o potencial da gestão ativa (NUIF11) ou uma estratégia mais robusta, que combina dívida e equity, como a de um FIP-IE (AZIN11).
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