FIIs de tijolo com desconto histórico trazem oportunidade, destaca Head de Research do Clube FII
Danilo Barbosa aponta descontos históricos e yields atrativos para fundos imobiliários

Ignorar os fundos imobiliários (FIIs) no segundo semestre de 2025 pode ser um erro comparável ao de não investir durante a pandemia, alerta Danilo Barbosa, sócio e Head de Research do Clube FII. Em uma análise detalhada, Barbosa aponta que o mercado de FIIs vive um momento de oportunidade rara, com ativos de alta qualidade negociados com descontos significativos e pagando dividendos elevados, criando uma janela de compra atrativa para o investidor de longo prazo. "Nós temos excelentes oportunidades na mesa", destaca. Para assistir à análise completa, clique aqui.

A atual desvalorização das cotas, segundo Barbosa, é motivada por dois medos principais no mercado: a possibilidade de taxação dos FIIs, proposta pela MP 1303, e o cenário de juros elevados, tanto na taxa Selic quanto nos títulos públicos de longo prazo. No entanto, ele ressalta a resiliência do setor, que acumula uma valorização média do Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) de 10% em 2025. O cenário macroeconômico também dá sinais positivos, com expectativas da inflação em trajetória de queda e a sinalização do Banco Central de que o ciclo de alta da Selic teria chegado ao fim.
A principal tese da análise é a grande assimetria entre o preço dos FIIs na bolsa e o valor real dos imóveis. Muitos fundos sólidos e com dividendos consistentes estão sendo negociados como se estivessem em crise, com discrepância da relação risco/retorno. Barbosa pontua que os fundos de tijolo são os que apresentam a maior oportunidade, negociando com um Preço sobre Valor Patrimonial (P/VP) médio de 0,84, enquanto os fundos de papel estão em 0,93. O desconto é ainda mais acentuado em segmentos específicos: lajes corporativas apresentam um P/VP de 0,68 (32% de desconto), varejo 0,80 (20%), shoppings 0,82 (18%) e galpões logísticos 0,90 (10%).
Além dos descontos, o Dividend Yield (retorno com dividendos) se mostra muito competitivo. Os fundos de tijolo entregam uma média de 11% ao ano, considerado atrativo pelo analista. Segmentos como lajes corporativas chegam a 13,2%, shoppings a 11,3% e galpões a 9,8%. Esses rendimentos, segundo Barbosa, superam com folga o retorno de títulos de renda fixa como o IPCA + 7% e, historicamente, vencem o Ibovespa com menor volatilidade. Historicamente, um P/VP tão baixo para fundos de tijolo só foi visto em períodos de crise aguda, como em 2015-2016.
A conclusão é que, para o investidor com acesso à informação correta, o cenário atual representa uma excelente oportunidade de compra. Com fundamentos sólidos, ativos de qualidade e um mercado que reage ao medo, os FIIs de tijolo estão em um ponto de entrada historicamente baixo, com grande potencial de valorização e geração de renda no médio e longo prazo. "Estamos em um cenário de muita oportunidade com sinalização de melhora no médio e longo prazo. Temos ativos descontados, com bons fundamentos, intactos, com excelentes imóveis", conclui.