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    CIO da Bradesco Asset: Estratégias em tempos de incerteza

    Ana Rodela, da BRAM, detalha a visão da gestora sobre o cenário macro, crédito privado, FIIs e FIDCs

    Por ClubeFII
    segunda-feira, 21 de julho de 2025 Atualizado 2 semanas atrás

    Em um cenário macroeconômico repleto de variáveis, desde a política monetária no Brasil até riscos geopolíticos globais e a antecipação do debate eleitoral, a CIO da Bradesco Asset Management (BRAM), Ana Rodela, destacou a necessidade de uma gestão de portfólio tática e cautelosa. Em entrevista exclusiva, a executiva compartilhou as estratégias da gestora para navegar em tempos de incerteza. Você pode assistir o vídeo completo disponível no canal do Clube FII no YouTube clicando aqui.

     

    CIO da Bradesco Asset: Estratégias em tempos de incerteza
    Clube FII entrevista com Ana Rodela, CIO da Bradesco Asset

     

    Segundo Rodela, a BRAM tem evitado posições de grande convicção e longo prazo, optando por alocações mais táticas, com montagem e desmontagem de posições em prazos mais curtos. “É muito importante o gestor conseguir ser honesto a respeito da incerteza. A gente não consegue ter grandes convicções para fazer teses de médio prazo nesse momento”, afirmou. A estratégia visa construir ganhos graduais e proteger a carteira, administrando o risco em meio a um ambiente volátil.

     

    No mercado de crédito, a recente Medida Provisória (MP) que altera a tributação de ativos incentivados gerou uma forte demanda por debêntures e CRIs isentos. A BRAM tem se posicionado nesses ativos, mas com cautela. “A gente tem alocado mais, mas em títulos mais curtos”, explicou Rodela, citando que os spreads, apesar de atrativos quando comparados a ativos não isentos, estão comprimidos em relação ao histórico, o que desincentiva o alongamento dos prazos.

     

    Outra classe de ativos em destaque foi a dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). Ana Rodela os vê como um instrumento robusto e transparente para a desbancarização do crédito, oferecendo um bom risco-retorno quando a estrutura é bem-feita. No entanto, ela alerta para a complexidade da análise. “A melhor forma do investidor acessar um FIDC é por meio de um fundo, onde você tem um gestor profissional olhando esse negócio”.

     

    Para os Fundos Imobiliários (FIIs) e FIAGROs, a CIO da BRAM enxerga um momento de oportunidades excelentes, com ativos de qualidade negociados a preços atrativos. O desafio, contudo, é a captação em um mercado onde o investidor de varejo está receoso devido à desvalorização das cotas no mercado secundário. A solução encontrada tem sido a criação de fundos não listados (CETIPados) para um grupo mais restrito e especializado de investidores. “A gente enxerga como ideal mesmo hoje você ter essa possibilidade de listar esse fundo se o mercado melhorar”, pontuou. Recentemente, a gestora tem preferido alocar em fundos de CRI em detrimento dos de tijolo, como forma de se proteger da volatilidade macro e regulatória.

     

    Ao final, Rodela deixou uma mensagem positiva, ressaltando que há muito valor a ser destravado em diversas classes de ativos no Brasil. Para o investidor, o segredo não é buscar a “fórmula mágica”, mas focar na disciplina, na poupança recorrente e na busca por fontes confiáveis de informação para construir uma carteira alinhada ao seu perfil de risco.


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