TRXF11: Estratégia, alavancagem e o futuro do fundo
Em entrevista, Gabriel Barbosa, da TRX, detalha a tese do fundo híbrido, compra do hospital Einstein e os planos da gestão

Em entrevista ao Clube FII, Gabriel Barbosa, sócio da TRX e gestor do TRXF11, abordou em detalhes a estratégia e os planos futuros para um dos maiores fundos imobiliários do mercado. O gestor explicou a reformulação e novo posicionamento focado no investidor como cliente principal e no TRXF11 como seu principal veículo de investimento em tijolo. A filosofia da TRX, segundo Barbosa, permanece clara: gerar valor para o cotista do TRXF11, seja através de aquisições diretas, desenvolvimento ou gestão ativa do portfólio e do passivo. Para assistir à entrevista completa, clique aqui.
Barbosa destacou que, embora o fundo tenha uma forte concentração em imóveis de varejo, o TRXF11 é, em sua essência, um fundo híbrido. “A gente aprendeu ao longo da história da TRX que o mercado é cíclico", afirmou, ao destacar que a diversificação e a flexibilidade permitiram ao fundo aproveitar as melhores oportunidades no setor de varejo, mas também realizar movimentos estratégicos em outros segmentos, como a recente aquisição de 70% do futuro hospital Albert Einstein no complexo Parque Global, em São Paulo.
Sobre a operação do hospital, o gestor defendeu a tese como uma oportunidade única. “Não é uma operação de hospital comum", destacou. "É um BTS, contrato atípico de 20 anos, com a principal rede de hospitais do Brasil", explicou. Segundo ele, o projeto se justifica pela alta especialização (oncologia) e pela robustez do inquilino, que também investirá em torno de R$150 milhões no empreendimento para o término da obra.
Com mais de 1,5 milhão de m² em terrenos no TRXF11, 85% do total estão localizados em municípios de regiões metropolitanas, sendo 40% na região metropolitana de São Paulo, chegando a 600 mil m². "E isso tende a se valorizar muito ao longo do tempo diante da escassez de grandes terrenos", completou o especialista.
Atualmente, a alavancagem do TRXF11 está em seu menor patamar histórico, próxima de 20%. Barbosa defendeu o uso da dívida como uma ferramenta de geração de valor para o cotista, desde que bem estruturada. “Não é o percentual da alavancagem que nos tira o sono, é a estrutura”, disse, ressaltando a importância de casar os indexadores dos financiamentos com os dos contratos de aluguel.