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    Entenda a diferença entre Fundos Imobiliários e Renda Fixa – Parte 2

    Na sequência da matéria da segunda-feira passada, vamos explicar hoje quais os cenários da economia do Brasil e do mundo que favorecem mais os FIIs ou as aplicações em renda fixa

    Por Luciene Miranda
    segunda-feira, 1 de agosto de 2022 Atualizado

    Agora que você já entendeu as principais características e diferenças entre Fundos Imobiliários e renda fixa, vamos partir para a compreensão do momento da economia em que um pode ser mais atraente que outro.

     

    Primeiro, vamos entender a nossa situação atual. Você vai ao supermercado e vê todos os produtos cada dia mais caros, não é? É porque estamos vivendo um período de inflação alta.

     

    Entenda a diferença entre Fundos Imobiliários e Renda Fixa – Parte 2

     

    A variação dos preços é medida por índices após trabalhos de pesquisa feitos por instituições públicas especializadas em realizar estes levantamentos, ou mesmo por universidades privadas.

     

    Alguns exemplos de índices de inflação são o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo -  medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o IGP-M – Índice Geral de Preços – Mercado, verificado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

     

    Por conta da inflação alta, o Banco Central eleva a taxa básica de juros do país – conhecida também como Taxa Selic – na tentativa de inibir o consumo e, assim, frear a alta dos preços.

     

    Então, se inflação e juros estão altos, os investimentos que oferecem remuneração com base neles tendem a ser atraentes.

     

    LEIA TAMBÉM: ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE FUNDOS IMOBILIÁRIOS E RENDA FIXA (Parte 1)

     

    É o caso de algumas aplicações em renda fixa, a exemplo de títulos do Tesouro Direto com remuneração em inflação e Selic.

     

    Um cenário econômico instável e de incertezas também tende a atrair investidores para aplicações mais conservadoras e que não envolvem tanto risco, a exemplo das aplicações em renda fixa, em que há títulos prefixados e pós-fixados.

     

    No momento em que você vai investir, já sabe o quanto deve ganhar. Não haverá surpresas.

     

    No entanto, os ganhos são limitados em comparação com a renda variável, a exemplo das ações de empresas ou de cotas de Fundos Imobiliários (FII) que são negociadas em bolsa de valores.

     

    Nestes investimentos, os fatores externos da economia podem interferir nos lucros de uma companhia ou de um FII e, consequentemente, ter impacto direto nos ganhos dos investidores, para mais ou para menos.

     

    Por isso, em tempos de economia mais estável - e de inflação e juros baixos - os investidores tendem a buscar mais risco no mercado financeiro para ter uma maior remuneração. Assim, procuram os investimentos em renda variável.

     

    Independentemente do cenário econômico, a recomendação de especialistas é sempre ter uma carteira de investimentos diversificada, entre aplicações de renda fixa e renda variável, de modo a obter um equilíbrio para lidar com qualquer situação.

     

    Entender os detalhes da aplicação antes de investir o seu dinheiro também é muito importante.

     

    Com o tempo, quando você ouvir uma notícia sobre inflação, juros, alguma medida do governo para a economia do país, ou mesmo uma reportagem sobre economia internacional, você vai conseguir prever o que poderá acontecer com o seu investimento.

     

    Este domínio sobre suas aplicações te dará grande satisfação.

     

    Por exemplo, uma carteira diversificada em Fundos Imobiliários pode enfrentar qualquer cenário econômico.

     

    Há FIIs com carteira formada por imóveis – conhecidos como fundos de tijolo - que sentem mais os períodos de desaceleração econômica no país.

     

    Por outro lado, há os fundos com portfólio composto por títulos de renda fixa, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e, no caso dos Fundos de Investimentos do Agronegócio (Fiagros), os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

     

    Os CRIs e os CRAs financiam projetos em troca de remunerações anuais que podem ser em CDI (renda fixa), IPCA, entre outros índices, sempre acrescidos de juros extras.

     

    E veja que curioso: os FIIs de papel - aqueles com CRIs e CRAs na carteira - são investimentos de renda variável compostos por ativos remunerados com base em renda fixa.

     

    Nos últimos meses, estes investimentos tiveram tanta procura que já possuem participação de mais de 40% no IFIX, o índice da bolsa de valores – a B3 – para Fundos Imobiliários.

     

    A popularidade veio, justamente, por juntar benefícios dos dois tipos de investimentos: a renda variável e a renda fixa.

     

    De acordo com o Diretor de Comunicação e Educação do Clube FII, Arthur Vieira de Moraes, os FIIs são investimentos de renda variável, mas considerados híbridos entre as duas classes.

     

    “A renda varia conforme o lucro, mas o lucro varia pouco. Esta afirmação é válida principalmente para os fundos de tijolo que investem em imóveis para locação. Isso acontece porque a renda vem de aluguéis que são contratos de longo prazo e por valores prefixados”.

     

    Moraes explica que, em situações normais, a segurança proporcionada pelos contratos de aluguel faz com que o faturamento seja estável e, consequentemente, o lucro tenha menor risco de sofrer alterações.

     

    “Mas não podemos esquecer que esse faturamento e lucro sempre podem variar por causa de um atraso em pagamento de aluguel, um imóvel que fique vago ou o contrário. Já nos fundos de papel, os rendimentos costumam variar bastante, acompanhando o movimento dos seus indexadores Selic, CDI ou índices de inflação”, conclui.


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