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    O que acontece com os FIIs no melhor e pior cenário para inflação e juros?

    Mercado aguarda decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Saiba como isso pode afetar seus investimentos

    Por Jessica Melo
    terça-feira, 6 de maio de 2025 Atualizado 3 dias atrás

    A política monetária é o principal foco dos investidores nesta semana, com decisões para as taxas de juros brasileira e americana, o que tende a impactar os ativos de risco. Enquanto o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleve a Selic em meio ponto percentual, de 14,25% para 14,75%, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve dos Estados Unidos tende a manter as fed funds no patamar atual, na faixa entre 4,25% e 4,5%.  Tanto as mudanças nas taxas quanto às perspectivas de possíveis ajustes futuros possuem um papel importante na alocação dos investidores e afetam os mercados de renda variável, incluindo os Fundos Imobiliários (FIIs). Mas o que acontece no pior e no melhor cenário para inflação e juros no Brasil?

     

    A nível local, o cenário atual é de desaceleração na economia diante da política monetária restritiva, mas com medidas do governo que vão em outra direção e injetam recursos, incluindo reajuste do salário-mínimo, programas sociais, crédito direcionado, e antecipações de décimo terceiro e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Estratégias deste tipo amortecem a desaceleração, mas impulsionam a demanda, o que pode tornar o trabalho do BCB mais difícil, assim como a persistente preocupação com a trajetória da dívida pública.

     

    “O aumento contínuo do endividamento do governo eleva o prêmio de risco exigido pelos investidores, pressionando as taxas de juros futuras e a taxa de câmbio, retroalimentando a inflação neste ciclo desafiador. Portanto, há aqui dois caminhos”, indica Lana Santos, analista do Clube FII. Veja quais são:

     

    Cenário com inflação e juros ainda pressionados

     

    Em um cenário mais pessimista, se a inflação continuar pressionada, levando o BCB brasileiro a uma postura cautelosa e manter os juros altos por mais tempo, ou até realizar ajustes adicionais, tendo em vista que somente nesta semana o mercado cortou as projeções para Selic terminal em 2025 de 15% para 14,75%, a perspectiva é maior de encarecimento do crédito para as famílias e empresas, o que contribui para a desaceleração econômica já observada em dados na indústria, serviços e varejo, segundo Santos.

     

    “Caso os dados de inflação não estejam respondendo conforme o esperado pelo Banco Central, e os juros no Brasil sigam se elevando para conter a escalada de preços, o custo de controle da inflação em termos de atividade irá aumentar ainda mais, ou seja: será necessário frear ainda mais a atividade econômica para se aproximar da meta de inflação”, aponta a analista.

     

    De acordo com o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta semana, economistas esperam que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) seja de apenas 2% em 2025. O relatório traz um compilado das projeções de instituições financeiras sobre os principais indicadores macroeconômicos, como atividade, inflação, câmbio e juros.

     

    Nesse cenário de desaceleração, com crédito mais caro, o consumo tende a cair e o desemprego a aumentar, apesar de o nível de emprego ter demonstrado resiliência nos últimos meses. As empresas, por sua vez, passam a ter mais dificuldade de investir, com dívidas mais caras. Nos FIIs, o cenário tende a impactar tanto os fundos de papel quanto de tijolo, acredita a analista do Clube FII.

     

    “Nos FIIs de tijolo, o aumento da vacância, com empresas devolvendo áreas locadas, ou revisionais com preços mais baixos de aluguel por m², impactando os rendimentos. Nos FIIs de papel, o encarecimento das dívidas junto a uma possível redução de receitas com a queda do consumo tenderia a elevar os casos de inadimplência dos CRIs ou mesmo falência e recuperação judicial de empresas devedoras, o que também poderia impactar o patrimônio e os rendimentos desses fundos”.

     

    Dessa forma, considerando os efeitos da política monetária restritiva na atividade econômica e nos ativos imobiliários, embora seja preciso controlar a inflação, é necessário um ajuste fino da taxa de juros, pois o custo do desaquecimento econômico pode ser tão nocivo quanto a alta dos preços, em sua visão.

     

    O que acontece com os FIIs no melhor e pior cenário para inflação e juros?

     

    Mercado internacional conturbado pode ter benefícios?

     

    O ciclo de aumentos nas taxas de juros no Brasil pode estar chegando ao fim. Como apontado no último Focus, economistas entendem que a Selic pode chegar à taxa terminal já nesta reunião de quarta-feira. Se o cenário se concretizar, as atenções estarão voltadas ao mercado americano e à possível necessidade de cortar as fed funds neste ano para evitar uma recessão. As políticas tarifárias e a guerra comercial com a China elevaram os riscos de recessão na economia americana, aumentando as pressões para que o Federal Reserve mitigue estes riscos, reduzindo os juros ao longo de 2025.

     

    Uma flexibilização nas taxas americanas poderia abrir espaço para um futuro corte de juros no Brasil, mantendo um diferencial de juros atrativo para o investidor internacional. Ainda que este ajuste possa ocorrer somente no próximo ano, conforme a expectativa de mercado indicada no Boletim Focus, juros mais baixos teriam efeitos positivos para a atividade, emprego e para o caixa das empresas.

     

    “Naturalmente, esse movimento é inflacionário, e por isso, o ajuste deve ser gradual. Nos investimentos, a redução da rentabilidade da renda fixa com o corte de juros eleva a atratividade dos ativos de renda variável, favorecendo os FIIs”, esclarece Santos.

     

    O primeiro impacto, de acordo com a analista, seria a queda de rendimentos dos FIIs de CRI indexados ao CDI, assim como dos Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros). “Já nos FIIs de tijolo, se o corte de juros conseguir impulsionar o crescimento econômico, o impacto seria positivo, com a redução da vacância e elevação do preço por m², além de novas entregas de estoque. Já nos preços das cotas, isso depende mais dos juros de longo prazo, o que envolve não apenas o nível de inflação e juros atual, mas também a percepção de risco fiscal do Brasil”.

     

    Dessa forma, o cenário atual segue instável, causando volatilidade nos mercados financeiros, o que demanda cautela e monitoramento constante da inflação e decisões de política monetária em ambos os países. Para que as estratégias de investimentos sejam mais assertivas, outras variáveis também devem ser acompanhadas, como os juros futuros, o câmbio e a situação fiscal.

     

    Juros, inflação, riscos e oportunidades.
    O cenário é desafiador, mas quem investe com estratégia pode transformar incertezas em renda passiva.

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