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    Recebíveis Imobiliários

    Clube FII divulga os 14 Fundos Imobiliários expostos em R$ 1,33 bilhão ao Gramado Parks

    Levantamento com base nos documentos públicos dos FIIs aponta riscos, explica a decisão judicial de suspensão de pagamentos aos credores e orienta cotistas sobre como proceder diante do problema

    Por Luciene Miranda
    quinta-feira, 30 de março de 2023 Atualizado

    Um levantamento feito pela área de Research (Análise) do Clube FII apontou a exposição de 14 Fundos Imobiliários em um total de R$ 1,33 bilhão aos empreendimentos do grupo Gramado Parks, conglomerado que conseguiu na justiça a suspensão por 60 dias do pagamento a credores das obrigações relacionadas a títulos de crédito lançados no mercado financeiro para o financiamento de projetos imobiliários e turísticos. 

     

    Os FIIs com a presença de ativos ligados ao Gramado Parks na carteira são o Hectare CE (HCTR11), Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11), Serra Verde (SRVD11), Tordesilhas EI (TORD11), Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11), Blue Recebíveis Imobiliários (BLUR11), Iridium (IRIM11), Kilima Volkano Recebíveis (KIVO11), Suno Recebíveis (SNCI11), NCH Brasil Recebíveis Imobiliários (NCHB11), TG Ativo Real (TGAR11), Devant Properties (DPRO11) e Banestes Recebíveis Imobiliários (BCRI11).

     

    Clube FII divulga os 14 Fundos Imobiliários expostos em R$ 1,33 bilhão ao Gramado Parks

     

    No último dia 22 de março, as empresas do grupo Gramado Parks conseguiram na 2ª Vara Judicial da Comarca de Gramado, no Rio Grande do Sul, tutela cautelar para a suspensão da exigência, além de moratória por 60 dias para o pagamento das obrigações referentes a Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).

     

    A medida - descrita como um período de preparação para o processo de recuperação judicial - impede a Forte Securitizadora, emissora dos CRI, de acionar cláusulas do contrato para a execução das garantias, além de realizar cobranças automáticas dos pagamentos previstas em contrato. 

     

    Tabela com as participações diretas de cada Fundo Imobiliário no Gramado Parks via CRI, participações indiretas via FII e as somatórias (Divulgação - Clube FII) 

     

     

    O deferimento parcial ao pedido do Gramado Parks foi dado pela juíza Graziella Casaril. No processo, ela cita a existência de mais de 1.500 outros processos contra o grupo empresarial.

     

    A alegação do conglomerado junto à justiça foi de que o financiamento por meio dos CRIs teria sido motivado pela redução da “sustentabilidade das atividades” devido à pandemia de Covid-19 e ao aumento dos índices de inflação que teriam gerado “aumento significativo na quantidade de distratos dos contratos imobiliários”.

     

    As quatro empresas devedoras que compõem o grupo Gramado Parks estão nos estados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. São elas a Gramado Parks Investimentos e Intermediações, Brasil Parques Temáticos e de Diversão, Gramado Promoção de Vendas e a ARC Rio.

     

    LEIA TAMBÉM: GRAMADO PARKS CONSEGUE NA JUSTIÇA 60 DIAS DE SUSPENSÃO DE PAGAMENTO A CREDORES

     

    No levantamento feito pelo Clube FII, a identificação dos 14 Fundos Imobiliários expostos ao Gramado Parks foi embasada pela verificação dos termos de securitização dos fundos.

     

    O termo de securitização é um documento com valor legal onde estão listados todos os créditos imobiliários que servem de lastro para a emissão de um CRI. Este documento é levado ao Registro de Imóveis e a registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após o cumprimento de exigências legais.

     

    Além dos termos de securitização, outras fontes de informação usadas para o estudo foram os fatos relevantes, relatórios gerenciais e informes trimestrais dos fundos.

     

    O relatório também mostra o nível de exposição ao risco de calote do Gramado Parks de cada um dos 14 Fundos Imobiliários citados. Entre os mais expostos, estão o HCTR11, DEVA11 e o TORD11.

     

    “Contudo, os fundos possuem mecanismos de proteção, como o fundo de reserva. Este fato pode diminuir o impacto total nestes FIIs, fazendo com que mantenham suas distribuições nos mesmos patamares atuais, mesmo com a provável insolvência do grupo”, alerta no relatório Danilo Barbosa, sócio-diretor de Research do Clube FII.

     

    LEIA MAIS: VÓRTX DIVULGA PRIMEIROS COMUNICADOS SOBRE EXPOSIÇÃO DE FUNDOS IMOBILIÁRIOS AO GRAMADO PARKS

     

    Em relação aos riscos a que os Fundos Imobiliários estão sujeitos, houve destaque no relatório para o ‘efeito manada’ de investidores - em massa - vendendo as cotas.

     

    O movimento vem sendo verificado desde a notícia da decisão judicial favorável à Gramado Parks, em 22 de março, com a queda acentuada das cotações das cotas dos FIIs negociadas na B3.

     

    As perdas acumuladas nos preços das cotas nos últimos dias para alguns FIIs como o HCTR11, VSLH11 e o DEVA11 ultrapassam 20%.

     

    Dos 14 Fundos Imobiliários expostos, seis já divulgaram comunicados para os investidores sobre o problema e as medidas que devem ser adotadas.

     

    Os fundos HCTR11, TORD11, SRVD11, KIVO11, VSLH11, BCRI11 e DEVA11 começaram a divulgar fatos relevantes uma semana após a decisão judicial favorável à Gramado Parks.

     

    Além das informações sobre o nível de exposição de cada Fundo Imobiliário aos ativos relacionados ao grupo, o investidores também encontram orientação sobre como agir neste momento.

     

    “Apesar de não termos nenhum fundo destes impactados sob recomendação de compra, faremos este monitoramento para o assinante visto a dimensão que o problema pode tomar com efeito de respingo dos investidores darem saída de fundos que tenham esse tipo de operação”, informa Barbosa no relatório.

     

    O relatório completo está disponível para os assinantes na plataforma Clube FII


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