No início da cada ano, os investidores menos organizados entram em alvoroço. Isso porque se aproxima a data de entrega da declaração de Imposto de Renda.

Um investidor prevenido apurou compras e vendas de ativos nos quais investiu ao longo do ano exercício do IR, mas nem todos têm esta disciplina. Aliás, de qualquer forma, o informe de rendimentos emitido pela instituição custodiante é fundamental para o preenchimento da declaração. Mas, onde achá-lo?

Os investidores mais apressados já estão procurando os informes, mas as corretoras e administradoras podem entregar o documento até o último dia de fevereiro. Portanto, é necessário monitorar o envio.

Aqui nesta matéria, vamos partir do princípio de que o contribuinte já tenha separado outros informes de rendimentos importantes para a declaração: do seu trabalho, benefício ou aposentadoria, de programas de estímulo à cidadania fiscal - como o Nota Fiscal Paulista - e, claro, dos bancos onde ele ou ela tem conta.

A começar pelos informes de rendimento dos bancos. Nestes documentos, além das informações sobre as contas, há dados sobre todos os investimentos feitos por meio da instituição com os rendimentos no ano exercício do IR até 31 de dezembro.

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Estes informes de rendimentos costumavam ser enviados pelos correios. No entanto, atualmente, pouquíssimas instituições ainda enviam as informações por correspondência tradicional.

De acordo com a especialista em tributação do aplicativo de IR Grana Capital, Renata Grosman, a pandemia foi o período em que bancos, corretoras e administradoras digitalizaram os envios dos informes de rendimentos.

“Na pandemia, muitas empresas preferiram entregar [o informe de rendimentos] por meio digital ou eletrônico para evitar o risco de extravio no envio pelos correios. Isso porque um endereço residencial você pode ter mudado, mas um e-mail é algo que se mantém por mais tempo”.

Diante desta mudança, a primeira dica aos investidores é manter sempre os dados atualizados na corretora.

“É por lá que as administradoras vão pegar seu endereço – caso alguma delas ainda esteja enviando pelos correios - ou o e-mail para te enviar o informe”.

As administradoras enviam o documento para o e-mail cadastrado na corretora onde aconteceu a movimentação mais recente. Como há muita gente com conta em mais de uma corretora, é muito importante manter o cadastro atualizado em todas.

Mesmo após a transição para o envio dos informes por meios digitais, o mercado financeiro ainda tem todo tipo de investidor, desde aqueles com facilidade em acessar as novas plataformas até aqueles com dificuldade extrema de adaptação.

As pessoas com maior resistência aos meios digitais podem procurar diretamente as corretoras ou administradoras, de acordo com a especialista.

“Caso o investidor não tenha recebido o informe pelos correios ou e-mail, ele pode entrar em contato com a administradora solicitando o informe ou pode acessar o portal da instituição na internet. Ali, são pedidos apenas um login – que pode ser o CPF ou e-mail - e uma senha que podem ser facilmente criados pelo cliente para acessar o site e o informe”.

As corretoras e administradoras não têm um padrão para a escolha da plataforma digital de divulgação dos informes de rendimentos. Assim, isso pode mudar de uma instituição para outra.

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A única regra é em relação à data limite para o envio do documento: 28 de fevereiro.

“Se até o dia 28 você não recebeu o informe do fundo X, corra atrás e entre em contato com a administradora solicitando porque não há um padrão para a entrega”.

Um fator que pode ajudar muito é o investidor ter um controle maior dos ativos em que investe e que precisam ser declarados à Receita Federal.

A dica da Renata Grosman é acessar a página da B3 na internet. Sejam Fundos Imobiliários, ações ou outros produtos financeiros negociados lá, ou mesmo aqueles do mercado de balcão da Cetip, tudo está registrado lá.

“Depois de entrar na área logada da B3, é necessário entrar no Menu e, depois, no Extrato de Posições. Lembre-se de colocar a data para 31 de dezembro do ano exercício do IR e você vai ver as posições que possuiu até o final do ano. A partir dessa lista, você consegue ter um controle de quais informes já possui e quais ainda faltam para a declaração”.

Assim, com essa lista das próprias aplicações, o investidor não corre o risco de esquecer de algum e ter que fazer uma declaração retificadora após o prazo para o envio à Receita Federal. 

Outra dica da especialista é a atenção aos documentos e informações adicionais aos informes de rendimentos, a exemplo das notas de corretagem e dos controles de preço médio e de custo de aquisição dos ativos.

E lembre-se: ser um investidor organizado faz toda a diferença na hora de declarar corretamente os ativos à Receita Federal, principalmente pela falta de padronização entre as instituições nos meios digitais escolhidos para a entrega de documentos como os informes de rendimentos. 

“Cada portal é de um jeito com um layout diferente. E, na carteira do investidor de Fundos Imobiliários por exemplo, são vários fundos de administradoras distintas, cada uma com um jeito de disponibilizar o documento. Se houvesse uma regra para a padronização, haveria maior acessibilidade a este tipo de serviço”.

As dúvidas sobre imposto de renda e tributação em Fundos Imobiliários podem ser levadas diretamente para a equipe do aplicativo Grana Capital na plataforma do Clube FII. Eventualmente, podem também se tornar matérias educativas.

Para acessar a página de 'tira-dúvidas' no site Clube FII, clique em Fórum > Imposto de Renda e Tributação.