O investidor que acompanha o noticiário de mercado imobiliário ou de Fundos Imobiliários já deve ter se deparado com o termo Retrofit ou a adaptação da palavra como um adjetivo, como “retrofitado”.

O conceito vem da Europa, segundo especialistas, onde prédios antigos e históricos em condições precárias de conservação precisavam de reforma, mas, nem por isso, precisavam perder as características originais.

Assim, arquitetos e engenheiros trataram de criar maneiras de preservar a identidade dos imóveis e, mesmo assim, promover reformas e melhorias de infraestrutura dos prédios para permitir o uso seguro e confortável deles sem arriscar a vida dos frequentadores.

Em geral, o Retrofit preserva a fachada do imóvel antigo e, internamente, busca manter o máximo das características de origem dos edifícios.

A técnica que antes era empregada apenas em edifícios históricos ou públicos, aos poucos, foi incorporada ao mercado imobiliário, principalmente, nos segmentos residenciais e de lajes corporativas em todo o mundo, incluindo o Brasil.

Obra do artista plástico Andrés Sandoval no térreo do edifício Bravo Paulista instalada durante a reforma do edifício dentro do conceito Retrofit  (Foto: Divulgação - Rio Bravo)

Não é difícil ver nos grandes centros urbanos, em especial em São Paulo, edifícios “retrofitados” em regiões onde a movimentação corporativa intensa começou há algumas décadas.

Na capital paulista, o centro e a área da Avenida Paulista são exemplos de perímetros repletos de edifícios que passaram por reformas e modernizações dentro do conceito Retrofit.

O Bravo Paulista, que está na Alameda Santos – paralela à Avenida Paulista – passou por um processo de Retrofit completo, inclusive na fachada.

Modernização da entrada do edifício Bravo Paulista após processo de Retrofit  (Foto: Divulgação - Rio Bravo)

“A gente vê que acaba sendo mais impactante porque você vê a olhos nus a modernização. A fachada anterior era bem antiga com equipamentos de ar-condicionado para o lado de fora”, explica Carolina Magnabosco Mori, gestora dos Fundos Imobiliários de lajes corporativas da Rio Bravo.

A especialista afirma que a modernização deixou o prédio mais atraente e alinhado com o perfil das regiões da Paulista e Jardins, onde o imóvel está localizado.

Mas o Retrofit não prevê apenas reformas e restauros na parte estética dos edifícios. Internamente, as mudanças avançam na estrutura necessária para o conforto e o bem-estar dos frequentadores.

Em geral, os sistemas de elétrica, hidráulica, elevadores e de ar-condicionado são modernizados. Em muitos casos, a recepção dos prédios e a segurança também recebem sistemas atuais que aumentam a segurança no acesso aos imóveis.

Do ponto de vista comercial, a valorização dos edifícios é significativa após um processo de Retrofit, de acordo com Anita Scal, sócia e diretora de Investimentos Imobiliários da Rio Bravo.

“A modernização dos edifícios por meio do Retrofit pode levá-los a uma mudança de categoria no mercado imobiliário do ‘C’, antes da reforma, para o ‘A’, após o investimento”, conclui.