O Fundo Imobiliário Rio Bravo Renda Varejo (RBVA11) vendeu um terreno vago de 434 metros quadrados na Estrada do Campo Limpo nº 5.520 na cidade de São Paulo por R$ 825.000,00, segundo comunicado divulgado na última sexta-feira (27).

De acordo com a administradora Rio Bravo, a operação gerará ao fundo um prejuízo semestral de R$ 530.806,34, menos de R$ 0,01 por cota ao mês, embora a venda tenha sido realizada por um valor em linha com o último laudo de avaliação do imóvel de dezembro de 2022.

O prejuízo já havia sido projetado e divulgado pela Rio Bravo ao mercado e, segundo a administradora, não deve reduzir a distribuição de rendimentos do fundo aos cotistas.

Ainda segundo o comunicado, o valor bruto de venda será recebido em cinco parcelas iguais e semestrais, com início neste semestre em que a primeira prestação já foi paga. A última parcela será no primeiro semestre de 2025. A correção é pelo IPCA + 6,5% ao ano.

A operação possui como garantia a alienação fiduciária do imóvel em favor do RBVA11.

De acordo com a Rio Bravo, apesar do prejuízo contábil, o imóvel gerou lucro econômico ao fundo.  

Ele está incluído em uma operação com a Caixa Econômica Federal de 2012 que deu início ao RBVA11. Na ocasião, foram contratados imóveis no formato Built to Suit (BTS) – feitos sob medida para o inquilino. O fundo havia adquirido imóveis ou terrenos para adequação ou construção e posterior locação ao banco com contratos atípicos.

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O terreno Campo Limpo foi um dos imóveis adquiridos em 2014. Anteriormente, abrigava uma edificação que foi demolida para a preparação do terreno e início da construção de um imóvel sob medida. Os gastos com as intervenções foram incorporados ao custo de aquisição.

Em 2015, a Caixa anunciou a suspensão do plano de expansão da instituição, momento em que o fundo detinha três imóveis na cidade de São Paulo em obras – incluindo o terreno Campo Limpo - ou prontos para entrega à Caixa.

 Em 2019, o RBVA11 e a Caixa fizeram um acordo que previa a rescisão do contrato de locação do imóvel Campo Limpo, que passou a ser o único ativo vago do portfólio do RBVA11. Como contrapartida, a Caixa recebeu os imóveis Pátio do Colégio e Pedro Vicente com contratos atípicos de locação com prazo de 10 anos vigentes até novembro de 2029.

Após 2022, houve a prorrogação por mais cinco anos dos contratos atípicos de locação de sete outros imóveis, postergando os vencimentos para novembro de 2027.

“Com o acordo, a gestão pode alongar o prazo contratual de aproximadamente 9% de sua receita imobiliária contratada na época para 2027. Com isso, considerando o início do contrato de locação dos dois imóveis de São Paulo por 10 anos e prorrogação contratual de mais sete imóveis por cinco anos, além da manutenção da propriedade do terreno Campo Limpo, o ganho econômico do fundo foi de mais de R$ 18 milhões”, afirma a Rio Bravo no comunicado.

A administradora também informou que o terreno tinha um custo anual de cerca de R$ 36 mil, considerando segurança e IPTU.