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    Mercado Imobiliário

    Greve na Petrobras coloca em pauta disputa entre o home office e o presencial

    Após a pandemia, empresas tentam trazer funcionários de volta ao presencial, refletindo no aumento da ocupação de escritórios

    Por SiiLA
    sexta-feira, 4 de abril de 2025 Atualizado 3 dias atrás


    O debate sobre o home office já era uma realidade no meio corporativo antes da pandemia, mas a necessidade do lockdown acelerou sua implementação. No entanto, desde o fim da crise sanitária, muitas empresas tentam trazer os funcionários de volta ao trabalho presencial.

     

    Greve na Petrobras coloca em pauta disputa entre o home office e o presencial
    Magda Chambriard, presidente da Petrobras

    Dados do Market Analytics, plataforma de dados e análises da SiiLA, apontam indícios dessa tendência. A vacância de escritórios aumentou abruptamente durante a pandemia, mas voltou a cair com o retorno das operações presenciais, indicando uma retomada na locação de espaços físicos.

    Uma pesquisa da Korn Ferry mostra que, no Brasil, 23% dos trabalhadores só aceitariam trocar de emprego caso a nova oportunidade fosse 100% remota, enquanto 20% considerariam vagas no modelo híbrido.


    Capítulo recente na disputa pelo teletrabalho


    O teletrabalho também está no centro das discussões trabalhistas. No final de março, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciaram uma greve contra a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

    Entre as reivindicações, além do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e de demandas ligadas aos aposentados, os trabalhadores pedem a abertura de negociação sobre o regime de teletrabalho. A Petrobras concentra a maior parte de suas operações no Rio de Janeiro, onde é a maior inquilina de escritórios, ocupando 189,4 mil m² - 100 mil m² a mais que o Banco do Brasil, segundo maior locatário da cidade, que ocupa 73 mil m².

     

    Centro Empresarial Senado, empreendimento de classe A+, localizado no Centro do Rio de Janeiro, ocupado pela Petrobras

     

    Em entrevista ao REsource, Eduardo Henrique, secretário-geral da FNP, afirmou que a Petrobras não apresentou justificativas para o fim do home office. Para ele, a decisão pode estar ligada a pressões de investidores ou mesmo a uma possível influência do setor imobiliário, que busca revitalizar o centro do Rio de Janeiro.


    "Não teve justificativa. Lá atrás, quando tentaram aplicar isso pela primeira vez, a explicação foi genérica e rapidamente ridicularizada. Hoje, especula-se que seja um desejo de gestores que não se adaptaram à modernidade ou uma pressão do setor imobiliário, ligada à revitalização do centro. Mas a empresa não deu nenhuma justificativa oficial" comentou Eduardo. A Petrobras não respondeu aos questionamentos do REsource.


    De fato, o centro do Rio de Janeiro passa por um processo de revitalização, impulsionado pelo programa Reviver Centro, que busca requalificar a região sob aspectos urbanísticos, culturais, sociais e econômicos.


    Qual será a solução?


    Thiago Alves, CEO da IWG Brasil (Regus e Spaces) e autor do livro Nem Home, Nem Office: o Futuro do Trabalho é Híbrido, acredita que o conflito entre patrão e funcionário precisa ser resolvido com comunicação.


    "A verdade é que muita gente ainda associa presença física com produtividade. E isso é um resquício de um modelo antigo, que funcionava numa outra época, com outro tipo de trabalho. Hoje, a gente já viu na prática que dá para entregar muito - e, em muitos casos, até mais – trabalhando de casa ou de onde for. O que precisa é clareza de metas, confiança e autonomia”, comenta.


    Alves, que comanda a empresa de espaços compartilhados Regus e Spaces, também afirma que não dá para ignorar o valor do presencial. O executivo defende o diálogo e acredita que as empresas precisam encontrar um modelo que funcione para ambos os lados.


    "Se tem conflito, a resposta não é impor. É construir junto. Porque, no fim das contas, ninguém quer trabalhar menos – a gente só quer trabalhar melhor”, finaliza.

     


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