Os escritórios do RJ atingem 32% de vacância, mas apresentam estabilidade e tendências de queda
Os números do Rio de Janeiro não são os melhores, mas apresentam um padrão de queda

Dados da SiiLA mostram que o mercado de escritórios do Rio de Janeiro vem registrando uma série de reduções na taxa de vacância. No quarto trimestre de 2024, o índice ficou em 32,97%, uma queda de 0,49 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

Em uma análise mais ampla, a média geral dos escritórios na cidade permanece estável, sem grandes variações positivas ou negativas. No entanto, ao considerar recortes específicos, o cenário se apresenta de forma distinta.
Por SiiLA
Classe A+ e A
Os empreendimentos de Classe A+ e A seguem trajetórias diferentes, com os ativos de Classe A apresentando um desempenho superior aos de Classe A+. Atualmente, a taxa de vacância dos empreendimentos Classe A é de 26,27%, enquanto nos edifícios Classe A+ o índice chega a 30,96%.
O pior momento para os escritórios A+ ocorreu em 2017, quando a vacância atingiu 50,51%, reflexo da entrega de 83 mil m² de novos empreendimentos nas regiões do Centro e do Porto, combinada a uma absorção líquida negativa. Já os empreendimentos Classe A registraram uma vacância de 32,86% no mesmo período, mas, apesar da entrada de 21 mil m² de novo estoque, apresentaram absorção líquida positiva.
A única fase em que os empreendimentos A+ tiveram uma vacância menor que os ativos Classe A foi entre o quarto trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2022. Desde então, os edifícios Classe A mantêm uma taxa de vacância mais baixa.
Por SiiLA
Class B
Embora os empreendimentos Classe A+ e A tenham oscilado em alguns momentos, eles mantiveram uma tendência de queda na vacância. O mesmo não se aplica aos ativos Classe B, que, desde o início do monitoramento, enfrentam aumentos bruscos em suas taxas de desocupação.
Atualmente, a vacância da Classe B é de 40,23%, a mais alta entre as três categorias. Mesmo no período de menor desocupação registrado, o índice era elevado, atingindo 28,53% no segundo trimestre de 2017.
Por SiiLA
Além dos números
Apesar da leve melhora no quadro geral, o Rio de Janeiro ainda enfrenta desafios no mercado de escritórios. A principal questão é: por que isso está acontecendo?
A maior parte dos ocupantes no Rio de Janeiro pertence aos setores FIRE (financeiro, seguros e real estate), petróleo e gás, governo e entidades sem fins lucrativos, além de uma parcela de serviços públicos. E um fator específico pode acentuar ainda mais as dificuldades: a decisão do Banco Central.
Enquanto empresas ao redor do mundo reforçam o retorno ao trabalho presencial, o Banco Central seguiu na contramão e adotou 100% de home office em seu prédio na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. O edifício está completamente vazio desde a semana passada. Sem uma justificativa oficial, a decisão contrasta com o movimento de grandes empresas como Google, Amazon, Disney e JP Morgan, que aboliram ou reduziram o trabalho remoto.