Gestora se posiciona contra oferta do PACT11 (Pátria Edifícios Corporativos)
O Pátria Investimentos se manifestou publicamente contra a operação promovida pela Capitânia Investimentos que visa a liquidação do Fundo Imobiliário
O Pátria Investimentos, gestor do Fundo Imobiliário Pátria Edifícios Corporativos (PACT11), posicionou-se contra a oferta pública de cotas (OPAC) do fundo anunciada no início de janeiro.
Em um comunicado, a gestora afirmou que não participou de nenhuma decisão tomada a respeito da oferta, além de não ser o agente idealizador da operação.
A oferta é promovida por fundos de investimento geridos pela Capitânia Investimentos que são detentores de 44,52% das cotas do FII. A operação tem o objetivo de aquisição das cotas remanescentes do fundo, via leilão, ao preço de R$ 65,00 por cota.
Segundo o edital da oferta publicado no último dia 3 de janeiro, as cotas emitidas pelo fundo totalizam 3.477.434 e a XP se dispôs a adquirir até 1.929.326, quantidade que representa 100% do total, excluídas as cotas detidas pelos ofertantes e por pessoas vinculadas a eles.
A oferta indica também que, após o leilão, a Capitânia tem a intenção de solicitar uma assembleia geral extraordinária para decidir sobre a liquidação do fundo.
A primeira justificativa do Pátria ao posicionamento contra a oferta é pelo preço abaixo do valor patrimonial – com desconto de 25% - e aquém do potencial do fundo.
“Uma intenção de compra tão volumosa por parte de um investidor institucional experiente é uma clara indicação de que há valor a ser extraído da carteira do PATC11 a partir do preço ofertado, em qualquer horizonte de tempo”, afirmou no comunicado.
A gestora ainda disse que a liquidação do fundo com a venda por R$ 300 milhões não maximiza valor para o cotista em um ano conturbado devido à pandemia, cenário eleitoral e ciclo de alta nas taxas de juros.
O Pátria também argumentou que o PATC11 tem alto potencial de valorização no médio prazo por estar alocado “com um portfólio de ótimos ativos a preços competitivos, contratos saudáveis e bons inquilinos”.
Ainda segundo o gestor, a oferta proposta retira a autonomia de decisão do pequeno investidor.
“Uma compra massificada de cotas muito descontadas em que já está anunciada a intenção de liquidação do fundo tira das mãos do investidor minoritário a possibilidade de surfar os ciclos imobiliários e, em grande parte das vezes, acarreta prejuízos sem que ele possa ter autonomia de decisão sobre seu investimento”.
O Pátria concluiu que o PATC11 é essencial para sua estratégia no mercado local. “O fundo continuará recebendo toda a atenção e apoio necessários no âmbito de nosso plano estratégico”.